Enquanto um terço da população mundial está em quarentena,
especula-se quais efeitos esse isolamento proporcionará na mentalidade das
pessoas. E eles podem ser inesperados. O corredor Elisha Nochomovitz, se
preparava para a maratona de Barcelona neste mês, mas no meio do caminho
apareceu a pandemia do novo coronavírus. E então veio a quarentena e a necessidade
de todos os franceses ficarem em casa para tentar conter o avanço do vírus que
já infectou 850 mil pessoas e levou 42 mil delas à morte.
Confinado em seu
apartamento em um subúrbio de Toulouse, no sul da França, o corredor de provas
de longa distância (já foram 36 maratonas ao longo da carreira) resolveu que
nada deteria sua vontade de correr. Aos 32 anos, ele transformou a varanda de
seu apartamento (7 metros de comprimento por 1 de largura) no menor trajeto
para uma maratona da história do esporte.
Lá Elisha completou os 42 km de sua ousada façanha em 6
horas e 48 minutos. Teve ajuda da namorada, que lhe oferecia durante a prova
morangos e refrigerante. Tudo registrado em fotos e vídeos postados em tempo
real nas redes sociais do atleta. O trajeto foi monitorado por seu relógio
digital, dotado de um aparelho GPS.
"O mais difícil foi ficar indo e voltando na varanda,
porque sete metros não é o ideal para o meu tamanho e velocidade que costumo
fazer", afirmou o francês. Ele afirma que, com seu gesto, quer mostrar às
pessoas que é possível praticar esportes em casa e homenagear os profissionais
de saúde que estão na linha de frente o combate ao vírus.
Ele diz concordar com
quem o considera um louco. "Louco é a melhor palavra para me descrever.
Estou fazendo coisas loucas há 15 anos. Minha primeira corrida foi uma maratona
em 2009, já andei 200 km de bicicleta pra ir à praia, ano passado participei de
dez maratonas e corri sete delas em dois meses", relata, empolgado, o
atleta. Ele tem apresentado seu gesto solitário como uma forma de alertar
pessoas no mundo inteiro sobre a necessidade de ficar em casa nesses tempos de
pandemia.
Fonte: UOL Esportes.