Estudo aponta que velocidade e direção ao caminhar ou correr, aumentam chance de contágio da covid-19.


Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) demonstra que a direção e a velocidade com que as pessoas caminham, ou correm na rua, podem elevar ou diminuir as chances de contágio pelo novo coronavírus. Segundo a pesquisa do Instituto de Física (IF), quanto maior a velocidade, maior será a chance de encontrar pessoas diferentes pelo caminho.
O professor Bernardo Mello – responsável pelo trabalho – criou um modelo matemático e um programa de computador que simula o movimento das pessoas. A conclusão, diz ele, é que todos deveriam seguir em um sentido único, principalmente durante a pandemia da Covid-19.


De acordo com o físico, o estudo pode ser aplicado para tentar segurar a disseminação de qualquer doença em que exista a preocupação de se evitar o contato, voluntário ou involuntário, entre as pessoas. "Como o vírus fica no ar por um certo tempo, ao passar por muitas pessoas diferentes, mesmo que por pouco tempo, quem tem o vírus pode contaminar outra pessoa", explica Mello.

A pesquisa do Instituto de Física da UnB investigou com quantas pessoas um pedestre cruza ao caminhar ou correr. O professor Bernardo Mello usou dados, sobre velocidade média e desvio padrão, de pessoas que caminham uma média de 5 km/h e que correm uma média de 10 km/h, para criar um modelo matemático e um programa de computador que simula o movimento.
Abaixo, algumas considerações inerentes a simulação:
  • Quando 500 pessoas andam e correm livremente em uma pista de 5 km em um parque, por exemplo, elas cruzam, em média, com 13 pessoas a cada minuto;
  • Se a situação for feita ao analisar a caminhada, o número de cruzamentos cai para 9,25 por minuto;
  • Se, além de caminhar, os pedestres andarem em um único sentido, os cruzamentos caem para 1,7 por minuto.

Uma das conclusões do estudo é a de que, quando os parques públicos reabrirem, o ideal é que as pessoas andem somente na mesma direção – e que não corram. "Em Brasília, a medida pode ser facilmente adotada em locais como o Parque da Cidade. Isso reduziria o nível de contaminação", sugere o professor.


Fonte: G1 DF.