Nike faura R$ 2,4 bi no mercado brasileiro e reforça sua liderança.

A Nike encerrou 2020 como a marca esportiva com o maior faturamento do Brasil. No ano em que a pandemia mudou radicalmente o hábito de consumo das pessoas, a marca faturou R$ 2,4 bilhões. Os números de faturamento da Nike no Brasil tornaram-se públicos pela primeira vez após a aquisição da operação da empresa no país pelo Grupo SBF, dono também da marca de varejo esportivo Centauro.

De acordo com os resultados divulgados no final de março, a Fisia, nome dado à operação da Nike, faturou R$ 2,4 bilhões, sendo cerca de R$ 1,680 bilhão com vendas no atacado (lojas parceiras) e outros R$ 720 milhões com vendas diretas ao consumidor, dos quais R$ 72 milhões pelo e-commerce e o restante em outlets.


Quem mais chegou perto desse resultado foi o grupo Vulcabras, que opera as marcas Olympikus e Under Armour. Em toda a sua operação de calçados esportivos, que representa 75% de todo o faturamento do grupo, a receita líquida foi de R$ 1 bilhão. Adidas e Asics não divulgam os resultados obtidos no país, classificando o Brasil como parte do desempenho da América Latina. A Mizuno, que no ano passado foi vendida pelo grupo Alpargatas para a Vulcabras, também não tem os números da operação revelados, mas só como comparação, a Havaianas, que teve em 2020 seu melhor resultado na história, faturou R$ 2,2 bilhões no Brasil.

Os resultados da operação da Nike no Brasil tornaram-se públicos pela primeira vez por conta da compra da operação da empresa no país por parte do grupo SBF. A aquisição dos negócios da marca faz parte da nova estratégia do grupo de ampliar a atuação dentro do ecossistema do esporte.

Na apresentação dos resultados, o SBF afirmou que a Fisia é, desde fevereiro, uma empresa que dá lucro para a companhia. Tendo apenas o resultado do quarto trimestre do ano divulgado, que foi o período em que o Cade aprovou finalmente o processo de compra, a empresa faturou R$ 240 milhões no período e teve um lucro bruto de R$ 65 milhões. Agora, o grupo deverá promover a integração de operações entre as duas empresas. O primeiro foco é ampliar a venda dos canais digitais, que registraram aumento por conta da pandemia mas ainda são pequenos no resultado final da operação.

“Utilizando uma plataforma única para os dois negócios, poderemos mantê-los independentes na visão do cliente, mas com uma estrutura única de tecnologia e logística, o que representa um enorme potencial para acelerarmos o crescimento e melhorarmos a rentabilidade do grupo, principalmente considerando que poderemos usar as lojas da Centauro como o hub físico da estratégia omnichannel da Fisia. Outra oportunidade é utilizar a capilaridade do canal de atacado da Fisia, que acessa milhares de portas em todo país. Pretendemos usar as relações comerciais e rotas logísticas estabelecidas para fomentar uma relação maior com estes pontos de venda, seja ampliando a oferta de produtos ou criando uma gama de serviços que possam integrar estes varejistas parceiros ao nosso ecossistema”, afirmou a administração do Grupo SBF na apresentação dos resultados.

O investimento no ecossistema do esporte é o movimento que virá a partir de agora também com a rede NWB, que produz conteúdo sobre esporte e é criadora do canal Desimpedidos. A empresa foi comprada pelo SBF em 2020, mas a integração dos negócios acontecerá ao longo deste ano. Os resultados financeiros da empresa de mídia serão divulgados apenas quando consolidar o faturamento do primeiro trimestre de 2021. Mas os planos iniciais são de usar os canais da NWB para mudar a forma de abordar o consumidor, como consta no relatório divulgado aos acionistas.


Fonte: Máquina do Esporte.