A primeira coisa que temos que saber é que, para realizar atividades físicas, nosso corpo precisa de combustível para gerar energia e esse combustível é a glicose. A glicose pode ser obtida pelas células pela glicose circulante no sangue decorrente da alimentação e digestão ou então pela utilização dos nossos estoques. O primeiro estoque a ser utilizado é o estoque de Glicogênio, abundantemente presente nos músculos.
Esse estoque de glicogênio não é
infinito e obviamente que é reposto pelo que nós alimentamos, principalmente
pelos carboidratos. Da mesma forma, pessoas diferentes possuem estoques
diferentes e utilizam o glicogênio de maneiras distintas. O treinamento é um
grande modulador da forma de utilização do glicogênio, de maneira que atletas
muito bem treinados utilizam seus estoques de maneira muito mais eficiente.
O que isso quer dizer? Isso quer dizer, meus caros leitores, que a pergunta "posso correr em jejum?" não tem resposta mágica. Vários fatores podem interferir nessa resposta: Status de treinamento, estoque de glicogênio, alimentação no dia/noite anterior, volume e intensidade do treino de corrida a ser realizado, entre outras. A título de ilustração, podemos dizer que um atleta que se alimentou bem na noite anterior ao treino, fará um treino de moderada intensidade, inferior a 60 minutos, provavelmente terá estoque de glicogênio suficiente para fornecer toda a energia que ele precisará para esse treino. De forma oposta, um indivíduo que está fazendo jejum intermitente, não se alimentou na noite anterior e quer fazer um treino longo de alta intensidade provavelmente está depletado de glicogênio muscular e precisará se alimentar antes do treino sob risco de perda de performance ou até algum sintoma relacionado a hipoglicemia.
A glicose sanguínea é tão
importante para a prática de atividades físicas, que grandes atletas de
Endurance, como o atual campeão olímpico de Triathlon Kristian Blummenfelt,
utilizam dispositivos de medição de glicose sanguínea em tempo real durante os
treinos, de forma a auxiliá-los na decisão de que horas e o quanto se nutrir
para aquele esforço específico.
Na dúvida, procure sempre ajuda
especilizada!
Fonte: Uai - Saúde Plena.