É bem comum ouvir entre os frequentadores de academia: ah, não gosto de musculação. Cada um tem a sua justificativa para não realizar a atividade. Entre elas estão: “é monótono, tem muitas séries e repetições, o movimento tem que ser realizado com calma, não gosto de pegar peso ou não quero ficar forte”. A musculação deve ser realizada por todos desde a adolescência para garantir a independência e longevidade no decorrer da vida.
O treino de força é extremamente
importante para manter a massa magra, fortalecer ossos e músculos, ajuda a
corrigir a postura e a reduzir a pressão arterial. O simples ato de levantar e
sentar pode se tornar algo bem difícil de ser realizado na terceira idade para
pessoas destreinadas.
Durante a pandemia as pessoas entenderam a importância da atividade física, tanto para o corpo como para a mente, e os treinos na musculação foram impulsionados. “A prática tornou-se muito mais aceita para todos os tipos de resultados: estética, saúde mental e óssea, perda de peso e equilíbrio”, relata Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.
Segundo Eduardo, três fatores
foram essenciais para o crescimento da prática de musculação na academia. Veja
quais são:
1) A pandemia levou mais pessoas
para as salas de musculação. Após a reabertura das academias os usuários
estavam ávidos pelos treinos tradicionais uma vez que o treino realizado em
casa implica em restrições bastantes frequentes no que diz respeito à oferta de
equipamentos e estímulos.
2) Aumentou a popularidade,
impulsionado por novas pesquisas sobre seus benefícios à saúde. Até bem pouco
tempo, a recomendação era basicamente de realizar atividades aeróbias, e fica
cada vez mais evidente a importância do treinamento de força na prevenção e
tratamento no combate às doenças.
3) A popularização da musculação
para o grupo feminino, na verdade, ocorreu ou pelo menos está cada vez mais
evidente o abandono da ideia de que o treinamento de força é apenas para
homens.
“Era muito comum antes da
pandemia verificarmos as áreas cardio lotadas e o que podemos perceber é que
nesse momento temos uma melhor distribuição dos clientes. Conseguimos perceber
que a participação dos alunos neste tipo de treinamento é cada vez maior. Existe
demanda por novos equipamentos, mais espaço e de acessórios. Posso afirmar que
aumentamos em 20 a 25% a utilização dos exercícios com sobrecargas”, comenta
Netto.
A prática dos exercícios na
musculação consiste em uma modalidade que tem como objetivo aumentar a força
muscular para permitir que o corpo possa executar tarefas diárias, evitar
lesões e melhorar a saúde geral. Vale destacar seis benefícios proporcionados
pelo treinamento de força: aumenta o
tamanho e a força muscular, além de atuar na densidade óssea; melhora a saúde
cardiovascular e a qualidade do sono; estabiliza e protege as articulações;
reduz a gordura corporal; é uma válvula de escape para aliviar o estresse do
dia a dia e manter a estabilidade da saúde mental.
O treino de força é indicado para
pessoas de todas as idades. Para os adolescentes, o treinamento de resistência
é uma modalidade segura, divertida e eficaz. “É importante que a prescrição dos
programas de exercícios para jovens, considere a competência neuromuscular e
foque nos padrões de movimento antes de progredir em volume e intensidade. As
opções de treinamento de resistência em populações jovens são essencialmente
ilimitadas”, alerta Netto.
Em relação aos idosos, o
treinamento de força ajuda a interromper a perda da função muscular que
acompanha o envelhecimento. O exercício aumenta a força do tecido conjuntivo e
a densidade mineral óssea. Isso pode estender a capacidade do indivíduo de
continuar vivendo de forma independente e reduzir o risco de quedas e fraturas
e é bom para o bem-estar psicológico.
Muitas pessoas perguntam se
existe alguma contraindicação, e a única restrição possível é a médica ou a
física, que podem impedir ou restringir a realização de determinados estímulos.
Por isso, a importância do acompanhamento profissional e de sempre lembrar que
se trata de uma modalidade em que o treinamento deve ser prescrito de forma
individualizada e sempre monitorada. Em alguns casos a prática é
contraindicada, como em casos de doença cardíaca e pré-eclâmpsia, dentre
outros.
Desde o período pós-guerra, o
número de estudos e publicações vêm crescendo cada vez mais. “Recentemente
tivemos um aumento expressivo de publicações sobre o tema, e que a cada ano nos
proporcionam mais aprendizado. Porém, acredito que a maior novidade é o
reconhecimento definitivo como intervenção não farmacológica primária para
tratamento de inúmeras doenças e a importância na conquista da longevidade”,
enfatiza Netto.
Uma meta-análise recente
descobriu que as pessoas que fazem exercícios de fortalecimento muscular têm
menos probabilidade de morrer prematuramente do que aquelas que não o fazem,
acrescentando evidências anteriores de que o treinamento de força traz
benefícios à saúde a longo prazo. (Momma H, et al 2022)
Todo esse movimento é importante
para que os profissionais continuem buscando estratégias de treinamento
eficazes para estimular mudanças físicas que provocam adaptações para seus
clientes. E apesar de não ser novidade alguma, vale ressaltar que o estímulo do
exercício excêntrico tem ganho respaldo, e podemos afirmar que possui um potencial único de sobrecarregar
tremendamente o sistema muscular para maximizar a força muscular máxima,
potência e hipertrofia. Tendo em vista esses resultados promissores, a inclusão
do treinamento excêntrico tem sido incentivada como uma estratégia viável
baseada em evidências para levar nossos clientes a sucessos orientados por
esses objetivos.
É nítido que os benefícios do
treinamento de resistência são incrivelmente amplos, desde a redução do risco
de doenças crônicas até a melhoria da função do estilo de vida saudável,
especialmente à medida que envelhecemos, até o aprimoramento do desempenho esportivo
e atlético. “À medida que evoluímos nessa jornada pós-pandemia, é necessário
não medir esforços para fazer com que cada vez mais pessoas realizem o
treinamento de força, afinal, temos todas as ‘ferramentas’ baseadas em
evidências para fazer isso acontecer”, orienta o profissional de Educação
Física.
Fonte: WebRun