Corrida e Crossfit funcionam? Entenda o impacto na performance.

Corrida e crossfit em uma mesma frase costuma gerar polêmica, deixando muitos treinadores e atletas, de amadores a profissionais, com a pulga atrás da orelha. Entenda melhor os benefícios e se as duas modalidades podem ser combinadas.

A corrida é uma modalidade presente no dia a dia de muitas pessoas, além de ser um esporte olímpico. “Sua popularidade vem crescendo cada vez mais no Brasil, com isso a procura por provas de meia maratona e maratonas estão crescendo e assim eventos que antes tinham 5 e 10 km, agora possuem a distância de 21 km e às vezes até 42 km. Ou seja, o volume de treino está subindo”, explica o treinador Fellipe Franco. Normalmente, o período de preparação para correr 21 km é de quatro a seis meses, dependendo da predisposição física e tempo para se dedicar.


Já o crossfit é um programa de condicionamento e força criada por Greg Glassman em 2.000, nos EUA. Se tornou uma modalidade esportiva e hoje possui pelo menos quatro grandes eventos competitivos em São Paulo e um mundial, o CrossFit Games. O programa de treinos é baseado na mescla de exercícios de diferentes modalidades: levantamento de peso olímpico (LPO), calistenia e ginástica olímpica. Trabalhando praticamente todas as capacidades físicas e contribuindo para o ganho de força, condicionamento, potência, coordenação motora, agilidade e equilíbrio.

Os treinos são sempre voltados para o máximo da capacidade física nos chamados WOD’s (Workout of Day – Treino do Dia) levando os atletas ao limite ou passando dele. Um tema muito discutido são as lesões que ocorrem no crossfit. “É importante salientar que assim como na corrida, o fortalecimento e a predisposição física são essenciais para incluir a modalidade na rotina”, explica.

O primeiro fator que deve-se estar bem consciente, é que a corrida e o crossfit podem ser complementares, se existir um objetivo em comum. “No caso, se você treina para uma meia maratona, seu volume de treino de crossfit deve ser baixo para não influenciar na performance e não aumentar o risco de sofrer alguma lesão, por outro lado, se a intenção é participar de uma prova de crossfit, a corrida deve entrar como um complemento para aumentar o condicionamento”, conta o treinador.

Feche os olhos e imagine o corpo de um corredor de maratona. Agora pense no corpo de um competidor de provas de crossfit. “Não é tão difícil perceber as diferenças entre esses dois esteriótipos. Agora pense se eles iriam performar com a mesma qualidade se trocassem de esporte e atividade”, exemplifica. É possível um corredor levantando 200 kg em um deadlift (terra), ou um adepto ao crossfit correr uma maratona no mesmo pace de um queniano? São exemplos extremos, mas devem ser levados em consideração, já que atletas que ganham as competições são as principais inspirações e as pesquisas são realizadas com eles.

Agora coloque um amador que faz crossfit e corrida. Já teve suas lesões específicas de cada esporte, tem uma vida corrida por conta de trabalho, a alimentação não é das melhores, falta aos treinos por cansaço ou preguiça e quer fazer uma meia maratona daqui a três meses, só que no próximo fim de semana tem uma competição de cross. “São esses tipos de alunos que aparecem para treinar e acabam se machucando, porque querem performar nas duas atividades e esquecem da especificidade de cada esporte”, acrescenta.


Fonte: WebRun.