CBAt lamenta uso da pista do Ibirapuera para prova de automobilismo na categoria drift.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) comunicou sua indignação com o uso da pista de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Melo para a realização, em março, de um evento automobilístico na categoria drift. O Ibirapuera é considerado o templo do atletismo paulista, palco de grandes competições nacionais e internacionais com a presença de campeões olímpicos e mundiais e a expectativa da comunidade atlética sempre foi ver o espaço reformado. São Paulo – ao contrário das grandes cidades do mundo – quase não tem opções de pistas para sediar grandes eventos internacionais.


“A CBAt recebeu com perplexidade a notícia, veiculada pelas redes sociais, e lamenta profundamente a utilização da ‘pista’ de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello, o Ibirapuera, localizado no Complexo Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, para a realização de etapa da Ultimate Drift, anunciada para 9 e 10 março”, diz a nota oficial da CBAt. “Há o temor pelo comprometimento também da estrutura da pista, além da deterioração da borracha”, acrescenta a nota oficial. O piso do estádio não foi projetado e construído para receber provas de automobilismo.

“Não existe prova de automobilismo em pista de atletismo. É inaceitável. Nada contra o drift ou o automobilismo, mas provas de automobilismo são realizadas em autódromos”, observa Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt.

Imagens gravadas por pessoas que estiveram no local mostram máquinas arrancando o piso de borracha da pista que, de fato, precisa ser refeito. Mas não há garantias – pelo menos apresentadas a sociedade – de que esse tipo de competição de carros não cause danos também a estrutura feita para receber pessoas e não carros.

O Ibirapuera já recebeu competições com a presença de ícones como o campeão olímpico Joaquim Cruz, que também se manifestou por meio de seu instagram, de atletas que competiram – e treinaram no local por anos – como a campeã olímpica do salto em distância Maurren Higga Maggi (Pequim-2008) e a campeã mundial do salto com vara Fabiana Murer, também bicampeã da Diamond League, circuito de competições da World Athletics que roda pelo mundo.

São Paulo não tem pistas para a realização de GPs internacionais e Troféu Brasil. O próprio Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), na Vila Clementino, precisa de reformas urgentes nos corredores de saltos – já existem tratativas com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer – para que eventos internacionais sejam realizados no local num ano que é olímpico. O recém-inaugurado CERET tem campo de grama sintética e não pode ser usado para provas de campo. Há a expectativa da conclusão do Mário Covas, mas não para este ciclo olímpico.


Fonte: WebRun.