Afinal, existe uma melhor maneira de iniciar no mundo da corrida?

Quando se trata de escolher entre praticar um esporte que demanda um grande investimento ou malhar em uma academia, a corrida muitas vezes surge como uma alternativa acessível, de baixo custo e saudável entre as opções de exercícios físicos. No entanto, correr exige comprometimento, disciplina e orientação adequada para prevenir lesões e problemas mais sérios.

Geralmente, ao pensar em correr, a primeira imagem que vem à mente é vestir um tênis e uma meia, colocá-los e sair para correr. Porém, Alexandre de Paula Júnior, fisioterapeuta formado pelo Centro Universitário do Norte de São Paulo (UNORP), aponta que, embora essa seja a ideia mais comum, estudos mostram que correr descalço também oferece benefícios significativos.


Quais são as diferenças entre correr com tênis e descalço?

O fisioterapeuta destaca um estudo realizado em 2016 pelo Departamento de Medicina Física e Reabilitação de Harvard, que indica que correr descalço pode reduzir a incidência de lesões relacionadas à corrida, ou até mesmo não alterar a ocorrência de ferimentos. A escolha entre correr descalço ou com tênis, segundo Alexandre, depende do tipo de terreno. “O principal ponto negativo de correr descalço é que, dependendo da superfície, pode haver desconforto, já que estamos cada vez menos habituados a andar sem calçado. Nesses casos, o tênis pode ser mais vantajoso. Esse 'desuso' dos pés pode enfraquecer mecanismos do corpo, levando a uma dependência do calçado”, explica ele.

Vale destacar que, para quem optar por correr descalço, a adaptação deve ser gradual e exigir paciência.

Existe uma forma correta de correr?

Correr é um movimento natural para o corpo humano, mas existem técnicas que podem melhorar o desempenho e a eficiência da corrida. “Executar o gesto técnico corretamente faz toda a diferença. Por isso, é importante contar com a orientação de um profissional qualificado para acompanhar os treinos”, aconselha Alexandre.

Entre as práticas recomendadas para uma corrida mais saudável, destacam-se:

  • Aquecer adequadamente os músculos;
  • Manter um equilíbrio entre caminhar e correr;
  • Deixar os braços soltos e relaxar os ombros;
  • Conhecer os próprios limites e aumentar a intensidade aos poucos.

A importância da avaliação médica e orientação profissional

O desejo de começar a correr é sempre o primeiro passo. Contudo, antes de se aventurar, é fundamental realizar uma avaliação médica para verificar as condições de saúde do corpo.

Alexandre também recomenda buscar orientação de um profissional da área. “É importante consultar um profissional de educação física especializado na modalidade. Além disso, a orientação de um nutricionista ou fisioterapeuta pode ser muito útil para otimizar os resultados”, complementa ele.

Quanto tempo devo correr por dia?

Não existe uma regra fixa, pois o corpo de cada pessoa pode reagir de maneira diferente ao exercício. O fisioterapeuta reforça que o ditado “devagar e sempre” deve ser seguido. Confira as sugestões para quem está começando:

  • Na fase inicial, alterne entre 1 minuto de corrida leve e 1 minuto de caminhada, durante 25 minutos, três vezes por semana, por 1 mês.
  • Aos poucos, aumente o tempo de corrida leve e comece a caminhar mais rápido, sempre respeitando os próprios limites.
  • Quando se sentir mais preparado, pode-se aumentar o tempo de corrida ou alternar treinos de corrida mais intensa com períodos de caminhada.

É fundamental contar com o acompanhamento de um profissional habilitado para garantir um treino seguro e eficaz.


Fonte: Equipe Cotidiano da Corrida.