Como o ciclo menstrual afeta o desempenho de mulheres corredoras?

Durante o ciclo menstrual, as corredoras podem perceber variações significativas no desempenho físico por causa das oscilações hormonais. Cada fase do ciclo traz efeitos específicos no corpo, que influenciam diretamente na disposição, força, recuperação e até no tipo de treino mais indicado.

“A fase menstrual, que compreende os primeiros dias do ciclo, costuma ser marcada por baixa energia, desconforto, cólicas e maior percepção de esforço. Nessa fase, é recomendável optar por atividades leves, como caminhadas, yoga, alongamentos ou treinos de força mais suaves”, orienta a Dra. Maria Fernanda Barca, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Na fase folicular, que vai do fim da menstruação até a ovulação (aproximadamente dias 6 a 13), há aumento do estrogênio. Isso proporciona mais energia, força e disposição, além de melhor recuperação. “É a melhor fase para treinos intensos, como força máxima, HIIT e superação de cargas. O corpo responde muito bem a estímulos de velocidade e potência”, destaca a endocrinologista.

Durante a ovulação (em torno do dia 14), o desempenho atinge um pico. A energia está alta, o que favorece treinos intensos e de potência. Já na fase lútea (pós-ovulação até o início da menstruação, dias 15 a 28), o aumento da progesterona pode provocar fadiga, inchaço, aumento da temperatura corporal e pior rendimento em treinos intensos. No entanto, é uma boa fase para treinos de resistência, mais longos e em ritmo moderado. Atividades como pilates, caminhada e alongamentos também podem ajudar no bem-estar.


Além de ajustar o treino, a nutrição tem papel fundamental. “Durante a menstruação, é essencial consumir alimentos ricos em ferro, como folhas verde-escuras, feijão e carnes, combinados com fontes de vitamina C para facilitar a absorção. Também é importante incluir magnésio, zinco e vitaminas do complexo B, presentes em abacate, banana e castanhas para ajudar a reduzir cólicas e fadiga”, recomenda Dra. Maria Fernanda Barca.

Alimentos com ação anti-inflamatória, como cúrcuma, gengibre, azeite e peixes ricos em ômega-3, também auxiliam no alívio dos sintomas. Além disso, manter uma boa hidratação e priorizar um sono de qualidade são estratégias essenciais para o bem-estar e a performance.


Fonte: WebRun.