Correr traz inúmeros benefícios à saúde, mas o excesso de treino sem a devida recuperação pode gerar um problema sério: o overtraining. Essa condição acontece quando o corpo é submetido a uma carga maior do que consegue suportar, sem tempo suficiente para se recuperar. O resultado é uma queda no desempenho, acompanhada por sintomas físicos e emocionais que, se ignorados, podem levar a lesões e até ao abandono do esporte.
Um dos primeiros sinais do overtraining é a fadiga persistente. Diferente do cansaço comum após um treino intenso, essa exaustão não melhora com o descanso de um ou dois dias. O corredor sente-se constantemente sem energia, mesmo nas atividades do dia a dia. Junto disso, é comum notar uma piora no rendimento nos treinos: ritmos antes confortáveis passam a parecer muito difíceis, e há perda de motivação para correr.
Alterações no sono e no humor também são frequentes. Dificuldades para dormir, sono agitado e sensação de cansaço ao acordar podem indicar que o sistema nervoso está sobrecarregado. Além disso, irritabilidade, ansiedade e até sintomas de depressão podem surgir, afetando a saúde mental do atleta. O corpo envia esses sinais como um pedido urgente por descanso e cuidado.
Do ponto de vista fisiológico, o overtraining pode causar aumento da frequência cardíaca em repouso, queda na imunidade (com maior incidência de gripes e resfriados) e dores musculares que não passam. Lesões por esforço repetitivo, como tendinites e fraturas por estresse, também são mais prováveis quando o corpo não tem tempo para se regenerar entre os treinos.
Para evitar o overtraining, é essencial respeitar os períodos de recuperação, dormir bem, manter uma alimentação equilibrada e ouvir os sinais do corpo. Consultar um treinador experiente e, se necessário, um médico ou fisioterapeuta, ajuda a ajustar a carga de treino de forma segura. Correr com constância e inteligência é o segredo para evoluir sem ultrapassar os limites da saúde.