Nos últimos anos, os tênis com placa de carbono revolucionaram o universo da corrida. Projetados para melhorar a eficiência da passada e reduzir o tempo de prova, esses modelos tornaram-se quase obrigatórios entre atletas de elite e amadores em busca de performance. No entanto, especialistas alertam: seu uso constante, especialmente em treinos diários, pode trazer mais prejuízos do que benefícios ao longo de uma preparação.
A principal vantagem desses tênis é a combinação da placa de carbono com espumas de alta responsividade, que proporcionam maior retorno de energia e menor desgaste muscular. Isso os torna ideais para dias de competição e treinos específicos, como intervalados e ritmos intensos. Nessas situações, o objetivo é simular o esforço de prova, e o tênis ajuda o corredor a manter a mecânica e a velocidade sem comprometer tanto a recuperação.
Por outro lado, usá-los com frequência em rodagens leves ou treinos regenerativos pode mascarar falhas na biomecânica, além de reduzir o fortalecimento natural da musculatura estabilizadora. Como o tênis "faz parte do trabalho", o corpo pode se adaptar de forma inadequada, ficando mais vulnerável a lesões quando se troca por modelos mais simples ou ao correr em terrenos variados.
Outro ponto importante é a durabilidade. Tênis com placa de carbono geralmente têm uma vida útil mais curta do que os modelos tradicionais. Usá-los em todos os treinos acelera o desgaste do material, o que representa um custo elevado ao longo de uma temporada. Reservá-los apenas para momentos estratégicos é uma forma inteligente de preservar o investimento e manter a eficácia do calçado nas provas.
Portanto, o uso consciente dos tênis com placa de carbono é essencial. Eles são ferramentas valiosas de performance, mas não substituem o treinamento consistente, a preparação física e o cuidado com a recuperação. Alternar calçados e planejar seu uso com critério durante o ciclo de treinos não só protege o corpo, como também potencializa o impacto positivo desse tipo de tênis no dia que realmente importa: o da competição.