A eficiência na corrida vai muito além da velocidade; trata-se de como a energia é gerenciada e direcionada. Dois conceitos fundamentais para entender essa dinâmica são a oscilação vertical (ou bounce) e a oscilação horizontal (ou braking). Em termos simples, a oscilação vertical refere-se ao movimento para cima e para baixo do centro de massa do corredor a cada passada. Já a oscilação horizontal diz respeito ao deslocamento para frente e para trás do corpo durante a fase de apoio no solo. Ambas são medidas em centímetros e são indicadores cruciais de economia de corrida.
Uma oscilação vertical excessiva é frequentemente associada a um desperdício de energia. Quando um corredador "salta" muito a cada passada, uma força significativa é direcionada para cima, em vez de ser aproveitada para a propulsão para frente. Isso não apenas exige mais esforço dos músculos das pernas e do core para estabilizar o corpo, mas também aumenta o impacto nas articulações a cada aterrissagem. Corredores de elite normalmente exibem uma oscilação vertical baixa e controlada, entre 6 e 9 cm, indicando que estão convertendo a maior parte de sua força em movimento horizontal eficiente.
Por outro lado, a oscilação horizontal, também conhecida como frenagem, é um fator ainda mais crítico para a perda de velocidade. Ela ocorre quando o pé aterrissa muito à frente do centro de massa do corpo, criando uma força de frenagem que momentaneamente reduz a inércia para frente. Esse "freiar" a cada passada força o corpo a gastar energia extra para recuperar a velocidade perdida, tornando a corrida menos econômica e mais fatigante. Minimizar essa frenagem, aterrissando com o pé mais próximo ao centro de gravidade, é um dos segredos para correr mais rápido com menos esforço.
A relação ideal entre essas duas oscilações é o cerne da técnica eficiente. O objetivo não é eliminar completamente o movimento vertical – pois uma pequena oscilação é natural e ajuda na absorção de impacto –, mas sim maximizar o deslocamento horizontal enquanto se minimiza o vertical e a frenagem. Treinos focados em cadência (passos por minuto), fortalecimento do core e exercícios de *drills* de corrida (como skipping e ankling) podem ajudar a melhorar a consciência corporal e promover uma passada mais econômica.
Tecnologias modernas, como sensores de esteira e wearables avançados, agora permitem medir com precisão essas métricas, oferecendo aos corredores dados valiosos para refinar sua técnica. Ao compreender e trabalhar para otimizar a oscilação vertical e horizontal, um atleta pode transformar sua corrida, tornando-a não apenas mais rápida, mas também mais suave, sustentável e com menor risco de lesões. No final, é sobre mover-se para frente com inteligência, e não apenas com força.