Simbu conquista ouro inédito na chegada por foto no mundial de atletismo em Tóquio

Em uma das finais mais dramáticas da história das maratonas em mundiais, Alphonce Felix Simbu, da Tanzânia, garantiu o ouro após uma chegada decidida por foto no Campeonato Mundial de Atletismo em Tóquio. Ele ultrapassou o alemão Amanal Petros apenas por 0,03 segundos, ambos cronometrados em 2h09min48s, aproveitando um arranque nos metros finais no estádio nacional.

A disputa foi intensa do início ao fim. Petros liderou boa parte da prova, impondo ritmo forte e parecendo comandante ao entrar no estádio. Mas Simbu, experiente corredor de longa distância, conseguiu manter forças para um sprint decisivo, quase como em corridas de 100 metros — um desfecho raríssimo em provas de longa duração.


Este ouro representa, além da vitória pessoal, um marco histórico: foi o primeiro título mundial de maratona para a Tanzânia. Simbu já havia conquistado bronze no mundial de 2017 e teve destaque na Maratona de Boston em 2025, mas nunca havia alcançado o topo do pódio mundial.

Mais tarde na prova, o italiano Iliass Aouani completou o pódio, ficando com o bronze em 2h09min53s, cinco segundos atrás dos dois primeiros. Apesar da exaustão evidente causada pelo calor de Tóquio e pelo ritmo intenso, muitos favoritos — sobretudo do leste africano — ficaram pelo caminho nos quilômetros finais.

A emoção da chegada por foto — algo impensável para muitos em uma maratona — levantou debates sobre preparação, estratégia e força mental para a reta final. Simbu descreveu que, ao entrar no estádio, “não tinha certeza se venceria”, e reconheceu que teve que dar tudo nos últimos passos. Petros, por sua vez, embora desapontado, admitiu que nunca viu algo parecido na maratona.