Correr uma maratona é o sonho de muitos corredores amadores, e a sensação de cruzar a linha de chegada após 42,195 km é, de fato, inesquecível. No entanto, à medida que a empolgação aumenta, surge uma dúvida comum: quantas maratonas um atleta amador pode — ou deve — disputar ao longo de um ano? A resposta envolve mais do que apenas disposição física; ela passa por planejamento, recuperação e respeito aos limites do corpo.
Especialistas em treinamento esportivo geralmente recomendam que corredores amadores participem de duas maratonas por ano, bem distribuídas ao longo dos meses. Esse número permite que o atleta tenha tempo suficiente para realizar uma preparação adequada antes da prova e, principalmente, para se recuperar completamente depois. A preparação para uma maratona exige semanas de treinos intensos, e o desgaste muscular, articular e até hormonal após a corrida é considerável.
Correr maratonas com muita frequência pode aumentar significativamente o risco de lesões por esforço repetitivo, como tendinites, fraturas por estresse e inflamações nos joelhos e quadris. Além disso, o acúmulo de treinos intensos sem descanso apropriado pode levar ao overtraining, um estado de fadiga crônica que compromete tanto a saúde quanto o desempenho. Por isso, qualidade e consistência nos treinos são mais importantes do que a quantidade de provas.
Outro ponto importante é considerar os objetivos pessoais. Se a meta for performance, como bater recordes pessoais, é ainda mais indicado limitar o número de maratonas no ano, pois a preparação deve ser mais específica e o período de pico de performance é curto. Já para quem corre por lazer ou pelo desafio, é possível encaixar uma terceira maratona ocasionalmente, desde que os treinos e a recuperação sejam bem ajustados.
Em resumo, menos pode ser mais quando se trata de maratonas. Para o atleta amador, duas provas bem planejadas por ano representam o equilíbrio ideal entre desafio, segurança e evolução. A chave está no planejamento: contar com a orientação de um treinador e ouvir os sinais do corpo são atitudes fundamentais para manter-se saudável e motivado por muitos quilômetros. Afinal, correr maratonas deve ser uma experiência de superação — e não de exaustão.
