A semana que antecede uma prova é decisiva para qualquer corredor, seja ele iniciante ou experiente. É o momento do chamado “polimento”, quando os treinos diminuem de volume e intensidade para permitir que o corpo se recupere e chegue no dia da competição em seu auge físico e mental. No entanto, muitos atletas acabam cometendo erros justamente nessa fase crucial, colocando em risco meses de preparação.
Um dos deslizes mais comuns é exagerar nos treinos de última hora. Movido pela ansiedade, o corredor tenta “recuperar o tempo perdido” ou testar se está em forma, realizando treinos fortes ou de longa duração. Essa prática é perigosa, pois o corpo precisa de descanso para absorver os estímulos anteriores. Treinar demais na última semana só aumenta o risco de fadiga e lesões, comprometendo o desempenho no grande dia.
Outro erro frequente é alterar drasticamente a alimentação ou testar suplementos novos. Na ânsia de “turbinar” o rendimento, alguns atletas acabam ingerindo substâncias às quais o organismo não está acostumado, o que pode causar desconfortos gastrointestinais ou queda de energia. A regra de ouro aqui é simples: na semana da prova, nada de invenções — mantenha a rotina que seu corpo já conhece e confia.
Descuidar do sono também é algo que pode custar caro. A qualidade do descanso tem impacto direto no desempenho físico e na recuperação muscular. Muitos corredores, por nervosismo ou excesso de compromissos, acabam dormindo menos do que deveriam. Durante a semana de polimento, é fundamental priorizar noites bem dormidas, criando um ambiente calmo e evitando estímulos eletrônicos antes de dormir.
Por fim, subestimar o fator emocional é um erro silencioso, mas muito comum. Ficar obcecado com o tempo que pretende fazer ou com os detalhes da prova pode gerar uma carga mental desnecessária. Em vez disso, a semana de polimento deve ser um período de leveza, confiança e foco naquilo que já foi construído. Mais do que tentar melhorar em sete dias, é hora de preservar tudo o que foi conquistado nos últimos meses — e deixar o corpo fazer o que sabe no dia da prova.